segunda-feira, 17 de junho de 2013

Análise sociológica de um não-sociólogo.


No momento em que se destampa a panela de pressão do consumismo, do novelismo e do UFcismo, e jovens "do bem", classe média (média-média e média-baixa) ficam bravos e vão à rua - por razões políticas (por política de transporte público, por política de educação pública e de qualidade, por política de saúde pública e de qualidade), jovens com outros históricos de vida (não são necessariamente "do mal") sentem-se estimulados a protestar contra as mazelas que os assolam; estas bem mais barra pesada, "fora" da média classe: paternidade irresponsável, educação inexistente em casa e na "escola", saúde ruim, alimentação péssima, moradia pior ainda, testemunho de violências quotidianas, mídia consumista versus falta de empregos, subempregos ou exploração política (tipo "centros sociais" de políticos de Jacarepaguá).

Aí surge a oportunidade de descarregar uma raiva profunda e ela se espelha em destruir o que o mundo "mauricinho" valoriza: "panos-de-vidro", automóveis, mobiliário urbano, agências bancárias, estações de Metrô. É preciso compreender isto e relativizar uma coisa e outra - exatamente o que aconteceu nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, e na véspera, em São Paulo. Com a ajuda inestimável de polícias despreparadas.

Quando, em 2011, a TIME elegeu o manifestante (the protester) "person of the year", achamos bacana; afinal, eles estavam quebrando tudo lá na primavera das arábias, na City Londrina, em Wall Street, na Espanha dos Indignados e na Grécia dos fodidos.

Agora que os protestos - contra tudo, e a coleção não foi criada por eles, mas pela omissão do Estado e dos políticos - chegaram na nossa esquina, eles são vândalos, marginais, bandidos...

Hipocrisia... um ingrediente fácil de encontrar na sociedade brasileira. Governantes e mídia à frente.
>

Nenhum comentário: