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No lugar dos valores da vida, preferiu-se o poder, o sucesso e a riqueza por si mesmos.
Sigmund Freud, 1930.
Sobram os atormentados pela miséria moral e material porque escasseiam fiéis dispostos à renúncia, decorrente das exigências dos ensinamentos do Senhor. Em consequência, avolumam-se os seguidores de uma anticultura, a do consumo, a do prazer, a do prestígio, a da busca desenfreada do dinheiro e do poder. Não são contestados com vigor pelos que deveriam sentir-se obrigados a fazê-lo. A coragem é necessária em nossa época onde predomina a covardia.
Dom Eugenio Sales, 2010.
E o mais nefasto fato (pelos milhões de almas que afeta) até aqui, neste ano; mais que as chuvas (pois que voluntário), mais que a briga podre de PT e PMDB pelo butim ministerial (pois que dispensa intermediários para faturar), ou mesmo "o Oklahoma do Obama" (pois conta com o beneplácito de todos os que se encontram no poder), é a produção de mais um BBB pelas onipresentes Organizações Globo. Com o testemunhal do casal 'família' Videogame-Caldeirão numa das quotas de patrocínio.
E, para quem mora no Rio de Janeiro, quase não há saída, a não ser dar uma espiadinha... nos salões de cabeleireiro, consultórios dentários, restaurantes, táxis...
Só quem já viveu em outra cidade, em outro estado, consegue sacar, mesmo que só desconfie, intuitivamente, o que é a presença de uma mídia hegemônica - que nem precisa ser monopólio, pois que programas (em outras emissoras) como o "Pânico" e "TV Fama" tratam de cartelizar a "globalizada" (como canta o samba-enredo institucional da Rede Globo ora no ar, aliás) audiência em mais uma ação entre amigos do PGI [Partido da Grande(?) Imprensa(?)].
Entretenimento (de baixo nível cultural): 10
VERSUS
Jornalismo (a serviço dos patrões): 1
Disfarçados de jornalistas (a propósito, nunca se viu tantos jornalistas travestidos de garotos-propaganda como agora), os vendedores de sonhos impossíveis de consumo às entrantes classes C, D, E, F, G, H, se refestelam em salários dignos (?) de Ronaldinho Gaúcho para empurrar goela a abaixo seu fantástico show da vida.
Quando se fala em controle social da mídia – algo que existe em todos os países civilizados, claro, sendo o "ar" propriedade do Estado e, portanto, vetor de serviço à cidadania – enraivecem brandindo a liberdade de imprensa, omitindo que mais de 90% da programação que produzem e despejam na audiência indefesa é de entretenimento e não de noticiário.
– Mudem de canal! Os pais podem monitorar o conteúdo que seus filhos assistem... É o mote daqueles que não gostam da argumentação acima. Quantos pais e mães das classes C, D, E, F, G, H estão nos lares "cuidando da mídia" que seus filhos entornam diuturnamente?
E ainda cobram do Governo o cumprimento do Artigo 222 da Constituição Federal!
Vide matéria clipada em 04/01/2011 a respeito no link a seguir:
http://www.marketing-e-cultura.com.br/website/clipping/clipping-abcd.htmlDesinformação até nos ônibusNo Rio, agora, além das salas de espera, você encontra o – cada vez mais frequentemente constrangedor – produto global também nas telinhas dos ônibus "quentões". E parece que o estado de tela quente ainda piora o conteúdo: informações imprecisas, dados jogados ao acaso, bobagens travestidas de notícias, factoides promocionais, erros de português aos montes e muita, muita propaganda das próprias Organizações.
E campanhas para todos os gostos. Fotografe a sua comunidade! Seja repórter por um dia! Globo e você - já são dois gritando! Quero o "meu" Rio...
Merchandising social nas novelas - "cidadania..." (na voz daquele locutor que fez sucesso na Rádio Cidade, mas que as Organizações aprisionaram em um
bunker – nunca mais foi visto) – "... a gente vê por aqui". Pior que isso só o bíblico Cid Moreira clamando, crédulo... oh! Mister "M"...
Sem o concurso do mascarado mago, o que vem por aí é "mais um campeão de audiência", conduzido pelo talvez mais dissoluto dos núcleos globais (a disputa é ferrenha). E com direito a recomendação, na véspera, do bonna gente Totony Ramos no imperdível programa menos inteligente Mais Você.
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