quinta-feira, 29 de novembro de 2012

RELAÇÕES COM GOVERNOS: GRANDE DESAFIO PARA O RP

Discutir relações públicas e governamentais neste momento de julgamentos transmitidos "ao vivo", operações da polícia federal chegando a servidores públicos como nunca e imprensa investigativa fazendo o seu papel é oportuno, necessário e urgente. Como principais promotores potenciais da tão demandada transparência - o errepê é o único perfil técnico especializado em comunicação que não opera a mídia - podemos, de fato, auxiliar as empresas, os órgãos estatais e as ONGs, a analisar melhor - antevendo - e a decidir melhor - avaliando crises possíveis - sobre ações de seu dia-a-dia que, sempre, trazem embutidos riscos de exposição pública negativa, conflitos éticos inexplicáveis perante a sociedade e a imprensa, além de danos irreversíveis a reputações, tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas. Planejar é "a" palavra e analisar cenários é preciso. E errepês planejam. Aprendem a planejar. Isto os diferencia desde os bancos das faculdades. A jornalistas e publicitários, pela velocidade dos "media" - sobretudo em tempos de internet - em que estão imersos, é impossível tal distanciamento, ao mesmo tempo em que é impensável para esses profissionais discordar de suas lideranças quando seus próprios limites éticos são testados praticamente a cada hora do dia - uma rotina mortal de "fazer ou não fazer?" - em que a segunda opção simplesmente não existe.

No próximo dia 2 de dezembro comemora-se a data anual das Relações Públicas no Brasil - uma homenagem a todos os profissionais da área estabelecida na data de nascimento de seu pioneiro Eduardo Pinheiro Lobo.

O movimento Relacione-se, a Faculdade de Comunicação Social da UERJ e o Conrerp1 marcarão a data realizando, no dia 03/12/2012, na sala de R. A. V. do décimo andar da UERJ, a partir das 19 horas, um bate-papo com a profissional Muriel de Paula, formada pela UERJ, hoje nas Relações Governamentais da Petrobras, justamente sobre o desafio de cuidar dessa área tão sensível. Sobre a realização do evento, assim manifestei-me nas redes sociais:

Parabéns pela iniciativa conjunta! Agir em parceria é "a cara" das relações públicas. Academia, Conselho e Movimento juntos certamente criam o ambiente propício - e único - para a difícil tarefa de discutir as práticas vertiginosas da comunicação em tempos de internet. O segmento empresarial até pode unir-se em alguns momentos, mas isto fica para empreendedores especiais que já passaram da fase da "infância" (na qual só se faz propaganda) e da "adolescência" (na qual se soma a assessoria de imprensa) e se encontram na "maturidade" do ciclo de vida institucional de uma organização, quando, então, se passa a aspirar a chamada "cidadania corporativa" e se quer - tanto em nome da organização quanto em nome de seus controladores - "fazer diferença" na sociedade em que se está operando, fazendo real filantropia, mecenato ou empreendendo socialmente, para além das características básicas do agir comunitário, estágio de evolução institucional em que se está pronto para realizar o que chamo de relações públicas plenas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Relações Públicas: A arte de exercer!

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[Reproduzido do Blog Fantástico Mundo RP].

Muito falamos aqui, sobre as diversas funções que o profissional de Relações Públicas desenvolve no seu dia-a-dia. Funções estas, objetivando a imagem da empresa perante o público, o bom relacionamento, a consolidação no mercado, entre outros. Sabemos a partir disso, que a profissão é bastante ampla em suas áreas de atuação e que se deve ter um “feeling” especial para exercê-las.

Assim, acredito que a atividade de Relações Públicas, é antes de uma profissão, uma arte. Sim, uma arte, que não pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, ela deve ser sentida, e ouvida. Deve-se saber a hora e a maneira exata de realizar cada minúscula ação, que no final, fará toda a diferença. Arte essa, que começa pela graduação, mas que se desenvolve no momento em que a paixão pela atividade nasce, e após isso, só têm a crescer.

Exercer a atividade de Relações Públicas é uma grande responsabilidade, pois estará lidando com diversos públicos e clientes, e é preciso saber atender as necessidades de cada um, tendo em mente os seus objetivos principais e o seu perfil, desta forma é que digo, a paixão é o mais importante para chegar a grandes realizações profissionais.

No momento em que nos deparamos com essa paixão, começamos a notar em qualquer lugar, fatos relacionados à nossa futura profissão, e nos tornamos assim críticos, sempre pensando no que poderia ser melhorado ou ter sido feito de outra maneira. Como sempre diz nossa professora “Nunca mais assistiremos a um evento sossegados, sem observar”.

Acredito que a partir deste momento é que sabemos se estamos aptos ou não a continuarmos neste Fantástico mundo das Relações Públicas, se iremos ser bons profissionais e se iremos saber lidar com tudo o que a profissão nos exige. Mas uma coisa é certa, se houver paixão, haverá também dedicação, ousadia, e o principal, estar buscando sempre fazer a diferença. Janini Poncio.

[Meu comentário]

Cara Janini Poncio, considero este seu "post", desde que acompanho o grupo Relações Públicas do Facebook, como "the best", ou, pelo menos, entre os melhores. O aspecto subjetivo, de percepção de quem se aventura a esta área - que também amo de paixão - é tudo. Por isso, desde há muito tempo, em sala de aula, advogo que o "conflito" entre errepês e outros comunicólogos é algo muito fabricado, infelizmente, pelos próprios professores - aqueles que deviam mais tentar livrar a mente de seus estudantes de preconceitos e picuinhas do passado. 

Os pendores e inclinações ("drive") dos perfis de errepê, jornalista, publicitário, radialista, "film-makers" são completamente diferentes e em tese não deveria - nunca - haver qualquer "guerra por lugar" no mercado de trabalho. É claro que um ambiente deprimido economicamente e num país de empreendedores e executivos toscos, entender a sutileza do errepê bem formado, e seu diferencial, é coisa para poucos. E aí vem a "sobrinha talentosa", o "jornalista enfronhado", o "publicitário da moda", o "nerd muito maneiro" e "o designer dez!" para 'cuidar da imagem' e da comunicação de um sem número de empresas, causas, espetáculos que dá vergonha alheia de ler, de ouvir... coisas simplesmente "incurtíveis". 

Oswald de Andrade escreveu: "a massa ainda comerá do biscoito fino que eu fabrico". Este foi e continua sendo o meu norte como errepê. Grato por mais uma injeção do combustível "idealismo". Vou pedir ao webdesigner que cuida da página que edito na web (rrpp.com.br) que inclua o "fantasticomundorp" entre os links do site.
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domingo, 25 de novembro de 2012

Onde estão os 30 anos de 'royalties' da Capital Nacional do Petróleo?

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O DIA 26/11/2012 NÃO SERÁ O FIM DO MUNDO, mas os "líderes" fluminenses pensam que sim. E o pior é que querem convencer a população do estado do Rio – e a do Brasil todo – de que o Rio "vai acabar se a tia Dilma não vetar" pelo menos parcialmente o projeto aprovado na Câmara dos Deputados sobre a distribuição dos royalties do petróleo.

Não são poucos os equívocos propagados por essa gente. Que gente? Gente de todos os partidos: Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Lindberg Farias, Francisco Dornelles, Anthony Garotinho, Jorge Picciani, Marcelo Freixo...

Que querem? A título de rever uma "injustiça" com o estado do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo – estados confrontados às reservas de petróleo do pré-sal –, querem que a presidente da República seja injusta com todos os demais estados da federação.

Pergunte aos irmãos de Minas Gerais: para onde vão que royalties?

Aos equívocos:

1) Justificar-se-ia algum barulho – nada dessa presepada de decretar feriado e bancar ônibus de servidores públicos, cabos eleitorais e apaniguados – pela manutenção dos contratos. Aquilo que já está contratado deve manter-se. O Brasil saiu da longa noite em que não oferecia segurança jurídica e amargou décadas de "risco-país" alto por conta disso. Menos estardalhaço separaria as duas coisas: o que já existe contratado e o pré-sal (que, por enquanto, só aparece em dois lugares: nos estudos geológicos e perfurações pré-operacionais da Petrobras e nas promessas de gastos dos oportunistas de todos os partidos).

2) Reza a Constituição Federal que a riqueza mineral do subsolo brasileiro é da União. Não é diferente com a plataforma continental. É óbvio – e já está previsto por leis e regulamentos infraconstitucionais – que os estados em que a lavra se dá (em terra ou no mar) devem ter compensações por danos ambientais. E só. De resto, o fruto do pré-sal deve ser repartido igualmente por todas as unidades da federação.

3) É absurdo que governos, quais governos, comecem a dizer o que "não vai mais acontecer" porque se perderá receita. Ora, pergunto: como "funcionava" o Rio antes do pré-sal? Como "funcionava" a Bahia antes de nos dar os primeiros poços de petróleo, na década de 1950? O que Minas ganhou com as riquezas de suas Gerais? A campanha mineira atual pelo pagamento de royalties responde: muito pouco. 

4) O Rio depende disso? A arrecadação do estado do Rio de Janeiro só cresce, há uma década. Fruto de "n" fatores e acontecimentos, a sangria de empresas parou e as cidades todas melhoraram – capital incluída, apesar do caos em que o carioca está metido por conta de outras promessas mirabolantes que preveem o fim do mundo para um pouco mais adiante: depois de 2014 ou depois de 2016... a resposta é não!

5) Os royalties do petróleo da Bacia de Campos vêm jorrando nos cofres públicos da capital e das cidades do interior do estado há três décadas. E o que temos lá? IDH ótimo? Modelos de gestão? Não. O que temos é mais rosinha, é mais garotinho, são praças de granito, monumentos de mau gosto e dinheiro roubado da população. Você viu no vídeo, aí em cima, o estado da rodoviária de Macaé – a autodenominada “Capital Nacional do Petróleo”. As imagens foram gravadas em 2012 – após 30 anos de royalties jorrando por lá, pois. A rodoviária – porta de entrada da cidade – mais parece um cortiço. Cadê o fruto dos royalties?

Que esses benditos royalties – todos – sejam destinados a educação; único investimento que não se transforma em chafarizes e palácios nababescos (se bem controlados, frise-se, porque se as vagas dos tribunais de contas continuarem a ser objeto de nepotismo como já aconteceu em vários estados do Brasil, tudo está perdido). E aí é melhor mudarmo-nos de vez. Não para um estado mais "aquinhoado" por royalties, mas para um país pelo menos um pouco mais sério.

OBS.: Nossos "representantes" fazem muito barulho por pouco e pela razão errada –  o orçamento do estado do Rio de Janeiro aprovado para 2013 é de 72 bilhões de reais. A perda dos royalties de um petróleo que ainda não jorrou uma gota (comercial e viável) sequer foi avaliada como sendo de 2 bilhões de reais, em 2013 (dados da Secretaria de Planejamento do Rio, publicados no jornal O Globo de 25/11/2012). Melhor, e certo, seria "brigar" em Brasília (e não na Cinelândia) pelo recolhimento do ICMS do petróleo em seu lugar de origem. Isto garantiria recursos da mesma ordem "de volta" ao Rio de Janeiro (maior produtor de petróleo do Brasil, com 80% do montante) e, por definição constitucional e lógica fiscal, não implicaria em qualquer "guerra fratricida" ou "ameaça à federação" como se pinta o quadro por aí para animar a claque amestrada.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reflexões sobre vídeos virais.

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RP gosta mesmo é de festa...

Título provocativo... Curta duração... Politicamente incorreto (nem sempre). Produção tosca (mais ou menos). Graça, humor (será indispensável?). O que caracteriza um vídeo viral?

Para difundir o que os 4 Rs das Relações Públicas Plenas podem fazer por você, seu cliente ou por sua organização, produzi - com Samuel Oliveira - este... como dizer?... - videoclip, por onde passam - rápido, é claro - as 16 táticas que nós, relações-públicas, conhecemos muito bem, ao som de um hit de época, do "progressivo" grupo italiano Premiata Forneria Marconi: È festa!

O videoclip sugere visitar o site (www.rrpp.com.br), ler o livro ("A transparência é a alma do negócio") e ver o vídeo (sobre o composto das RP Plenas) com uma sucessão rápida de imagens relacionadas que transmitem, pontual e "telegraficamente", os tais 4 Rs: Reconhecimento, Relacionamento, Relevância e Reputação. Para cada um deles, um desdobramento em 4 táticas totaliza as 16 frentes de ação das Relações Públicas Plenas. A música de fundo reforça a brincadeira do título "RP gosta mesmo é de festa..." e celebra os meus 30 anos de Relações Públicas, completados em 2012.

Perdi a conta de quantas pessoas já entrevistei nos últimos dezoito meses - período de "gestação" do livro, do website, do vídeo, e da própria campanha - querendo saber o seguinte: - um vídeo "é" viral ou "se torna" viral?

A grande maioria das respostas - que vão do premiado publicitário Alvaro Magalhães, meu amigo, ao porteiro do meu prédio, que fica o dia inteiro na internet - aponta para a segunda possibilidade, ou seja; um vídeo "se torna" viral. E quase sempre é um vídeo curto e tosco, justamente "com cara" de que não foi feito para "bombar"... mas acaba "bombando". Se for engraçado - com jeito de "videocassetada", melhor ainda! O importante é que agrade e motive as pessoas a difundi-lo em suas redes sociais. É a minha pretensão aqui e agora, sem qualquer garantia de um resultado "viral".

Mas alguns autonominados "gênios da propaganda" insistem em dizer: - produzimos este vídeo já sabendo que se tornaria um viral. E agora? O que você acha? Dê a sua opinião. Estou testando a teoria dos spoofs e dos "virais".

Evolução e falta de tempo: quando eu cursava, em Relações Públicas, a disciplina "recursos áudio-visuais" (1980), um vídeo institucional ideal tinha 20 minutos de duração. Quando concluí o mestrado em Ciência da Informação (1990), um vídeo institucional já não podia durar mais de 7 minutos. E quando terminei o doutorado em Marketing Cultural (2000), a duração de um vídeo institucional - então chamado de infomercial - estava na casa dos 3 minutos. (O anúncio publicitário padrão para TV, no entanto, o popular "comercial", em todas essas décadas - e até hoje - sempre foi um "filmete" de 30 segundos).

Um dos prefaciadores do livro, Renato Möller, escreveu: "Fruto de mais de 30 anos de experiência obtida como consultor empresarial e professor, o modelo dos 4 Rs proposto por Manoel Marcondes Neto representa um sopro de renovação teórica no campo das Relações Públicas, com vocação para propagar-se como um 'viral', tanto nos círculos universitários quanto no mundo das organizações".

Aceitei a provocação do colega errepê e coloquei doida a equipe do Cannal Z, uma experimentada produtora de vídeos corporativos - nicho diferente daquele das produtoras de historietas publicitárias em 30 segundos. Conseguimos somente este "feito": não um vídeo de 30, não um vídeo de 40, mas um "longa" de 50 segundos. Os publicitários e mídias que nos perdoem. E os amigos? Que curtam!
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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Leitura crítica dos meios nos cursos de Comunicação já!

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Quando menciono a necessidade e a urgência de uma "leitura crítica da mídia" em aulas, palestras, seminários, quermesses, aniversários de criança, comícios, despedidas de solteiro e onde mais puder falar, quero referir-me à especial condição que nós, errepês, temos de, sendo insiders (e, ainda por cima, holísticos) desse admirável mundo da comunicação, analisar suas práticas com uma visão "de conjunto", fenomenológica (*) - que não pode ser feita por quem as opera, na maioria das vezes; jornalistas e publicitários.

Tal viés específico e especial da nossa formação há de se impor pela qualidade de nossas análises e sua contribuição para a melhor decisão daqueles que nos contratam e ouvem, independente de qualquer outro requisito "cartorial". Neste aspecto - eminentemente qualitativo - podemos ser imbatíveis. Não se pode esperar dos veículos, das agências e dos "anunciantes" (organizações em geral - públicas, privadas e do terceiro setor) questionar as péssimas - ou, pelo menos, duvidosas - características do que a mídia veicula atualmente.

É mesmo preciso não estar no mainstream do jornalismo e da propaganda para enxergar os vícios. “Alguém descobriu a água – e não foi o peixe” (Marshall McLuhan). Conclamo os grupos de estudo, nas faculdades e fora delas, que assistam juntos o Jornal Nacional e o Roda Viva; leiam juntos a Folha de S. Paulo e a Veja; ouçam juntos a Band News e "A Voz do Brasil"; "naveguem" juntos o UOL Notícias e o Yahoo News e discutam por uma hora o que viram, ouviram, leram e surfaram "na web". Vai dar muito o que falar, pensar e refletir, ainda mais em tempos de debate, no Congresso Nacional, de marcos regulatórios da mídia, da telefonia e da internet.

(*) Sim, visão 'de conjunto', fenomenológica... ou seja, a 'visão lógica' ganha mais importância. 'O fenômeno é quando e porque é pensado' (Edmund Husserl). Na aldeia global, na qual o meio é a mensagem (Mc Luhan, de novo), ganha a lógica dos 'media', organizacionais e jornalísticos (e os jornalísticos, hoje, atendem mais aos interesses corporativos (Ben Bagdikian). 
O errepê pode oferecer a leitura alternativa ao discurso homogeneizante e avassalador do marketing e da política (e esta, hoje, é mais marketing político-eleitoral - Cid Pacheco, 'Voto é marketing, o resto é política' - do que ciência política, ciência social - como constata Porto Simões, aliás). 
Resta assumir essa possibilidade e a decorrente responsabilidade (Roberto Fonseca Vieira).
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

30 anos de formado, uma convicção e uma satisfação.

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O primeiro ato da carreira de um jornalista-em-assessoria deve ser o de reconhecimento de que está exercendo outra profissão.
No mundo civilizado, o conflito de interesses entre o papel do jornalista (aquele que atua profissionalmente na imprensa, em prol do público leitor, espectador, ouvinte ou internauta) e o papel de relações-públicas (aquele que atua no interesse de seu cliente-assessorado) é
 algo caracterizado e normatizado.
Ou se exerce uma atividade ou se exerce a outra.

No presente, constato entre colegas formados em Jornalismo e que como eu também são professores, há uma aceitação deste fato como não havia antes, no país. Na UGF, quando diretor do DepCom (2001-2004), vários assessores - a convite da jornalista e colega docente Terezinha Santos - em palestras - admitiram "sou jornalista, mas o trabalho que realizo hoje é de relações-públicas".
Vivi para ouvir isto.

Em meus tempos de faculdade (1978-1981) era algo simplesmente impossível. Sinal dos tempos e do amadurecimento de todos nós, e do Brasil, é o que baseia a seguinte proposta que venho pregando para sanar de vez qualquer nuvem cinzenta que ainda paire sobre a questão do trabalho profissional na área das relações públicas:

- que os jornalistas-em-assessoria registrem suas pessoas jurídicas no Conrerp, credenciando-se ao exercício legal da atividade, podendo inclusive participar de licitações públicas para este serviço (desde 2010 separadas das licitações de propaganda), bastando para isso apresentar um colega errepê como responsável-técnico, exigência de todas as profissões regulamentadas.

Isto não desmobiliza, contudo, o nosso apoio à volta da exigência de diploma de nível superior para o exercício do Jornalismo e, também, à regulamentação da profissão de jornalista, com a consequente criação de seus conselhos federal e regionais - algo que só reforçaria a área e o compromisso de seus profissionais para com a cidadania e a sociedade, pois que conselhos existem para protegê-la de maus profissionais e de más práticas, numa ação complementar à de sindicatos e associações - aos quais cumpre a proteção do trabalhador.
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O problema dos ignorantes é que ignoram o estrago que fazem.

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Com uma frase mais ou menos assim, como o título desse 'post', o diretor do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, do Rio de Janeiro, (Liszt Vieira) reagiu ao discurso do deputado federal Edson Santos (PT/RJ), que declarou que "não precisamos de mais parques"...

Rasgando a fantasia.

Já que o nobre deputado rasgou a própria em público, colocando-se pessoalmente - residiu na área invadida do parque (que algum dia foi preciso) e tem familiares que ainda residem - contra a remoção dos invasores do Jardim Botânico, sinto-me no direito de também colocar a minha solução pessoal para o imbloglio "fundiário".

O Rei quis. Que se faça a vontade do Rei.

D. João VI - o "maior brasileiro de todos os tempos", em minha modesta opinião, fundou o parque (na época Jardim de Aclimação - para a aclimatação das espécies vegetais trazidas pelos navegadores portugueses de todas as partes do mundo conhecido) - em 1808. É, pois, o JBRJ, uma das mais antigas instituições neste país em que, infelizmente, verdadeiras instituições ainda são raras.

Cem anos depois, ou pouco mais, algum gênio dos recursos humanos - e falo sério - decidiu que os funcionários deveriam residir no entorno do horto com o qual lidavam diariamente. Muito antes do vale-transporte, ou do salário mínimo (invenções republicanas, mas escravagistas), esses servidores teriam uma facilidade na vida, o que de quebra também deve ter reduzido o absenteísmo, numa pérola de política social que também reverte para a organização.

620 residências estão lá, hoje, nesse entorno. Todos a título daquela memória de "moradias para funcionários do parque". Tem puxadinhos, tem puxadões. Quantos trabalham no parque? Não sei. Talvez nem um.

Solução a vista.

Minha proposta, "administrativa": que não seja demolida uma edificação sequer! (Vou "comprar" a ira dos amigos do Jardim Botânico). E que se destine-as, todas, ao longo dos vínculos empregatícios, bem entendido, aos atuais jardineiros, seguranças, bilheteiros, vigias e ajudantes do parque - aquelas pessoas que realmente precisam e que hoje madrugam para vir de Paciência, Mesquita, Queimados, Belfort Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo para cuidar desse patrimônio da humanidade que o nobre deputado prefere achar que é só seu.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

De graça, nem injeção na testa...


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Regis Tadeu, escriba do Yahoo Notícias fez hoje um comentário que incorporo integralmente. Leia-o neste LINK. 

Fiz, solidário, o seguinte comentário:

Caríssimo! Você escreveu um clássico da crônica, ou da crítica (há especialistas em classificar 'posts'). E um clássico que só poderia ter sido gerado no Brasil-il-il. O que você passou é fruto de algumas 'obras', entre elas, a separação entre Cultura e Educação, administrativamente, de alto a baixo, no país. A teimosa sigla MEC ainda tenta nos mostrar o erro, mas ninguém vê. 

A coisa também vem 'de berço'. Imagine uma família reunida num barraco (isto ainda existe em São Paulo; aqui no Rio é tudo alvenaria com três pavimentos) de 1,5 m X 2,0 m, com um telão de 42 polegadas, assistindo Avenida Brasil com 'su-round sound'. Não conheço melhor modo de imprimir algo na mente - e não esqueça da propaganda 'varejão' dos intervalos. 

Mas nem tudo está perdido, no entanto, para você e eu que, como nosferatus, vagamos à procura de civis civilizados. Estive em Sampa no último fim de semana e fui a um programa 'grátis' (a Bienal) e a outro de 6 reais (Museu do Futebol). 

O primeiro estava mais ou menos de público e havia vagas na porta do pavilhão (por 3 reais). Não dei de cara com as gangues de New York, ou mesmo as de São Paulo por lá... no Pacaembu, parei 'na porta' (paguei 10 reais pelo talão de Zona Azul), cheguei à bilheteria só (não havia mais ninguém por lá no domingo). Passeei tranquilo, ouvi tudo, assisti tudo, vi o 3-D com mais 4 pessoas, dei chute a gol (a 59 km por hora), tomei um café ouvindo samba, tentei comprar um livro, guia ou catálogo do museu (não existe!) e acabei com uma camisa do meu querido Santos nas mãos... feliz e amando a minha cidade - será que deu tudo certo porque dois milhões de "maloqueiros-com-grana-no-banco" foram para a praia? 

Decidi que vou a Sampa, doravante, em feriadões. Assim dá. Chego à conclusão de que o problema é gente. Gente demais. Para educar, para consumir, para tomar Metrô, para dirigir por aí. 'O inferno são os outros', disse Jean Paul Sartre - que viveu numa bem menos cheia Paris e já achava isto. Ainda vale.
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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Coisas que, simplesmente, não existem.

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No Brasil há coisas que teimam em desfilar na nossa frente, com a maior desfaçatez, mesmo não existindo...

Vamos a elas

Moto-táxi: não existe isso. Pegar carona em moto, pagando pelo serviço, por lei não pode. Não existe. Outra coisa parecida que também não deve existir "legalmente": "moto-gás" - entrega de gás com motos guiadas por equilibristas, verdadeiros homens-bomba.

Outra inexistência: cheque pré-datado. A lei é clara: não existe esse negócio de escrever no cheque "pague-se por este, ao portador, a quantia de..." com data que não seja a de hoje. Cheque é um instrumento financeiro para pagamento à vista - como se fosse dinheiro. Está na lei. Portanto, quando te oferecerem aquela geladeira nova a perder de vista, com  "n cheques-pré", não aceite. Você não poderá emiti-los, pois eles não existem.

Mais outra

E tem um negócio de que se fala muito, mas de que não existe não há dúvida. Trata-se do pagamento de "jabaculê" às rádios e TVs para executar essa ou aquela música. Onde já se viu tal coisa? Absolutamente, o tal de "jabá" não existe. E ponto final.

Há tempos venho observando essas coisas que não existem e na última semana, numa turma de Ciências Contábeis, descobri mais uma: balancetes fidedignos de empresas simples, de responsabilidade limitada... parece que são todos "chutados", já que não existe qualquer legislação que os regule. Ou seja, que regule a ponto de que os números expostos sejam espelho das operações (razão de existir dos balanços financeiros empresariais).

E assim...

De inexistência em inexistência, nos tornamos este país do "me engana que eu gosto".
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