sexta-feira, 25 de junho de 2010

Papa essa Brasil ! Papa essa Brasil !

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Tive a satisfação de engrossar o coro "cala a boca Tadeu Schmidt" no Twitter. Dias antes já tuitara que o Dunga prestou - pelo menos um - grande serviço dizendo, na mídia (e sobre a mídia - coisa raríssima de "passar"), mais ou menos isto: - se vocês criam uma crise, sobre um jogador machucado, que no dia seguinte já ficou bom - sem ter acontecido nem uma coisa nem outra - e deixam o povo brasileiro em pânico (isto sim é que é triste), eu é que não vou ficar aqui explicando... vocês é que têm que pedir desculpas ao povo brasileiro. Grande Dunga!

Isto me lembra o nome de uma chapa de alunos que concorreu ao Centro Acadêmico da Comunicação na UERJ uns anos atrás: "Adorno não é enfeite".

A Globo e suas "co-irmãs" donas da mídia derrubaram a exigência do diploma para exercício do jornalismo, exigem liderdade de expressão, mas o que fazem, na Copa, na novela, na eleição e fora dela é só entertainment, ou quase só isso. Cobram o cumprimento do Artigo 222 da Constituição Federal quanto à composição acionária dos portais da internet e desrespeitam o mesmo artigo no que tange às finalidades das concessões públicas de TV e ao mandamento da regionalização da produção.

Copa 2010 - um oferecimento...

Vendilhões como J. Hawilla e Ricardo Teixeira entopem as redes de patrocinadores, apoiadores, vips exclusivos, golden, prata, platinum e a gororoba nem está dando mais para engolir em razão do péssimo futebol que se vê e que se ouve (na voz do fabuloso Gavião quase-bueno) nesta Copa.

Com a África do Sul acontece o mesmo que com a China "olímpica" - olímpico desrespeito à realidade, olímpica hipocrisia sobre despoluição e "desapartheid", olímpico deficit público, olímpicos recordes de subemprego, saneamento, segurança, condições de vida, de educação e de trabalho - muito diferentes, abissalmente diferentes do que se vive e confabula à meia-luz nas sedes das UEFAs, FIFAs e COIs da vida, encasteladas em seus paraísos fiscais de cartão postal. Só resta engrossar o (nem tão) novo coro: ACORDA BRASIL!
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sábado, 19 de junho de 2010

Relações Públicas: mais que "passione" - um caso de "amore".

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A
Silvio de Abreu
Autor da telenovela “Passione”

Prezado Sr. Silvio de Abreu,

Sabemos que uma produção do porte da novela que se segue diariamente ao Jornal Nacional é trabalho coletivo que envolve dezenas de profissionais.

A algum deles, porém, faltou alertar-lhe quanto ao desenrolar da trama que levou a personagem Fred, vivido na obra pelo ator Reynaldo Gianecchini, a ser sugerido como relações-públicas da Metalúrgica Gouveia – organização-pivô da novela.

Já havíamos observado que, na mesma trama, as profissões de psicólogo e de advogado foram citadas em diferentes momentos e comentários presentes no próprio texto cuidaram de informar corretamente – o que enriquece o trabalho da ficção em um país que educa-se, há décadas, via TV – o seguinte:

- a profissão de psicólogo é séria, respeitada, precisa de diploma para ser exercida (fala do ator Werner Schünemann, dirigindo-se a sua mãe, Bete Gouveia, vivida por Fernanda Montenegro);

- eu sou somente o procurador do Totó, não sou advogado (fala do ator Reynaldo Gianecchini, dirigindo-se a sua mãe, Maria Candelária, vivida por Vera Holtz).

Igual aos casos acima, e de mais 61 profissões regulamentadas, a atividade de relações-públicas também o é por lei e exige, para o seu exercício, do curso de bacharelado tradicional em Comunicação Social – habilitação Relações Públicas.*

Temos certeza de que sua obra, já vasta e que aponta para muita criação à frente, juntamente com a TV Globo – emissora que orgulha-se, com justiça, de suas ações de merchandising social (pelas quais informa enormemente a sua audiência) –, constituem-se em relevantes instrumentos de, para além do entretenimento, formação cultural de grande parcela da sociedade brasileira; e por isso a nossa manifestação, rogando que a trama seja corrigida no detalhe que desinforma o seu público e melindra a nossa categoria profissional.

Quem sabe um revés – decerto entre os já planejados na trama à personagem de um sem-caráter como Fred – não possa justamente constituir-se no fato de ser ele impedido de assumir a função em virtude de não estar qualificado para tal? O presidente da empresa, Mauro (vivido pelo ator Rodrigo Lombardi), teria sido, por denúncia, notificado pelo Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas sobre a situação e...

Atenciosamente,

Manoel Marcondes Neto,
relações-públicas apaixonado pela profissão e, no momento,
secretário-geral do CONRERP - 1a. Região (estado do Rio de Janeiro)

* Mais: há, no Brasil, 2511 outras ocupações não-regulamentadas por lei.
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