quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mensagem aos que são contra o Sistema Conferp-Conrerp - os "militantes da entropia".


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Crise de imagem não é o nosso problema. A imagem - que é algo que não podemos controlar, pois forja-se na mente de quem vê, lê e ouve - do relações-públicas e das Relações Públicas vai muito bem no Brasil de hoje. 

O que vivemos é resultado de uma inapetência para fiscalizar os que se diziam errepês sendo picaretas, os que eram errepês de fato mas descumpriam a ética da profissão e o uso indevido do termo, que é algo que a legislação prevê que seja combatida. Ora, se nós mesmos, errepês, formos inapetentes para lutar por nosso espaço, não será quem justamente quer ocupá-lo que virá defender princípios e legalidade. 

Para esses a lei é um empecilho e desmoralizar a lei, os que a cumprem e os que a defendem é um mandamento. Isto acontece em todos os ramos de atividade. O importante é escolher um lado e agir coerentemente. 

Minha escolha é pela defesa da profissão conforme foi criada e estruturada no país, por mais que tenha sido mau administrada no passado. Já fui cobrado quando não devia, quando morei em São Paulo, transferi meu registro, e quando voltei para o Rio, trouxe-o de volta - uma trabalheira burocrática, mas nunca cogitei parar de pagar o Conselho porque, para mim, ele simplesmente tem 'que estar lá', vivo e operante, para o desenvolvimento da área que escolhi - nos campos do saber e do saber - é um investimento na minha profissão e não uma despesa. 

Não por outra razão deixei a posição de quem reclama e estou hoje na condição de 'vidraça', propondo-me a fazer parte da gestão da autarquia, em minha Região. E já coloquei, na última reunião do Sistema Conferp-Conrerp havida em Brasília a minha disposição para colaborar no nível federal. 

Quem não acredita no Sistema, não acredita em profissão regulamentada, não acredita em leis serem respeitadas no Brasil, não acredita em ser possível viver em um país civilizado, não gosta mesmo de Conselhos Profissionais e prefere ser militante da entropia - assunto que entendo bem porque interessa-me como objeto teórico em comunicação. Sou militante da civilização e da harmonia. Não acredito que a humanidade vai acabar em barbárie, tipo 'cada um por si' - algo, aliás, muito distante de uma 'ideologia' das Relações Públicas (é preciso conhecer o pensamento de Roberto Porto Simões). 

Acredito que a sociedade avance, mas esse avanço não vem de quem apedreja, só vem de quem se dispõe a agir em prol da profissão, a mergulhar as mãos e a cabeça na problemática com o fim de solucioná-la. O resto é blá-blá-blá que tem o objetivo claro de desestabilizar o interlocutor... e o sistema legal da profissão regulamentada. 

Lamento que algumas pessoas se deixem abater por terem tido uma, ou duas, ou três, ou cem experiências ruins com o Conselho, pois um Conselho é feito de pessoas e pessoas falham. Mas o Conselho é nosso. E só nós podemos torná-lo melhor. 

Se você sabe como um órgão poderia ser melhor, lute por isso NELE, porque uma regra básica da Sociologia é "não se modifica um sistema de fora - a mudança nasce, sempre, dentro do próprio sistema". Fizemos isto no Rio. Mudamos o Conrerp, mudamos sua percepção, mudamos sua imagem (!), angariamos apoios, angariamos mais registrados que na última década. É possível mudar o 'status quo' no país todo, pois. É só querer e colocar mãos à obra.
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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Recordar é viver.

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Em 2 de julho de 1985 nascia, no Rio de Janeiro, a República Produções e Comunicação Social, produtora cultural pioneira, multi-área (teatro, dança, música, pintura, literatura, fonografia e videografia), onde tive a sorte de trabalhar com puros talentos: Aclyse Mattos, Alberto Kaplan, Andersen Viana, Caio de Andrade, Claudia Valli, Claudio Torres Gonzaga, Tavynho Bonfa, Regina Sauer, Roberto Gnattali e Sérgio Rojas.


Exato um ano depois, em 2 de julho de 1986, era promulgada a Lei Sarney, de incentivo à cultura - e a República foi uma das primeiras empresas inscritas no CNPC (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de Natureza Cultural), credenciada pelo recém-criado Ministério da Cultura (também em 1985) e das poucas que sobreviveu à política de terra arrasada do (des)governo Collor, entregando as produções antes em curso e encerrando atividades em agosto de 1993, ao término da histórica exposição individual "Alberto Kaplan - Aquarelas", no Museu Nacional de Belas Artes.


República Produções: berço do "marketing cultural" - uma invenção brasileira.
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"Quem ama o feio, bonito lhe parece".


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A propósito de prêmios "virtuais" como este da UNESCO para a "paisagem cultural" do Rio de Janeiro, seja lá o que isto signifique: Brasília está para perder o status de patrimônio da humanidade (que é há cerca de 30 anos) - a UNESCO mandou uma comissão para verificar se os estragos feitos e vistos há mais de dez anos, numa visita de rotina nesses casos, foram "reparados". Se não foram (e, no caso de Brasília, não foram), bye, bye para esse honroso "título" (entre outros não muito dignos de premiação) do Distrito Federal. 

Mais ilusionismo e inflação de "ego urbano".

O Rio de Janeiro tem mesmo que se contentar com a paisagem, de longe, aérea - e, se possível, à noite, para ganhar qualquer título da UNESCO. Porque de dia, às claras, e de perto, o troféu seria o de pior cidade, mais feia cidade, menos cuidada e menos planejada ocupação urbana do planeta, rivalizando com outras "joias", como a Cidade do México ou Pequim - tal o desastre que se conseguiu produzir por aqui. 

A Globo emplaca mais uma campanha "para inglês ver" - e brasileiro tosco acreditar.

No Brasil, capital, e grande (não vale cidadezinha bucólica, como Petrópolis ou Gramado), de maravilha construída, é a minha cidade: São Paulo.

A diferença? Os paulistanos. Sim, pois eles e todos os outsiders que lá vivem, amam e cuidam de sua cidade, enquanto os cariocas - nascidos e importados - não cuidam do seu chão e, apesar de o bem dizerem, o maltratam.

Sabe o que os cariocas fazem na - linda - Baía de Guanabara? Despejam seus esgotos.

O Rio de Janeiro, salvo a orla do mar, é só mais uma horrível metrópole que, por nossa já imerecida sorte, fica no mais maravilhoso recanto que Deus criou - mas que os dejetos de 6 milhões, diretamente despejados (na premiada paisagem!), ainda não 'detonou' de vez. 

A UNESCO não deveria premiar esse tipo de "obra" humana, "cultural": deseducação e deseducados em geral. E eu diria, provocativo, como aquele carioca da gema: - bola branca para o pessoal de Sampa - que ama e cuida; sorry, periferia. 

E. T.: Vivo no Rio e amo o Rio, onde já plantei "n" árvores, mas engolir (mais) essa impostura "global" que quer nos convencer que vivemos na melhor das cidades, não dá!
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