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Crise de imagem não é o nosso problema. A imagem - que é algo que não
podemos controlar, pois forja-se na mente de quem vê, lê e ouve - do
relações-públicas e das Relações Públicas vai muito bem no Brasil de hoje.
O
que vivemos é resultado de uma inapetência para fiscalizar os que se diziam errepês sendo
picaretas, os que eram errepês de fato mas descumpriam a ética da profissão e o
uso indevido do termo, que é algo que a legislação prevê que seja combatida.
Ora, se nós mesmos, errepês, formos inapetentes para lutar por nosso espaço,
não será quem justamente quer ocupá-lo que virá defender princípios e
legalidade.
Para esses a lei é um empecilho e desmoralizar a lei, os que a
cumprem e os que a defendem é um mandamento. Isto acontece em todos os ramos de
atividade. O importante é escolher um lado e agir coerentemente.
Minha escolha
é pela defesa da profissão conforme foi criada e estruturada no país, por mais
que tenha sido mau administrada no passado. Já fui cobrado quando não devia, quando
morei em São Paulo, transferi meu registro, e quando voltei para o Rio,
trouxe-o de volta - uma trabalheira burocrática, mas nunca cogitei parar de
pagar o Conselho porque, para mim, ele simplesmente tem 'que estar lá', vivo e
operante, para o desenvolvimento da área que escolhi - nos campos do saber e do
saber - é um investimento na minha profissão e não uma despesa.
Não por outra
razão deixei a posição de quem reclama e estou hoje na condição de 'vidraça',
propondo-me a fazer parte da gestão da autarquia, em minha Região. E já
coloquei, na última reunião do Sistema Conferp-Conrerp havida em Brasília a
minha disposição para colaborar no nível federal.
Quem não acredita no Sistema,
não acredita em profissão regulamentada, não acredita em leis serem respeitadas
no Brasil, não acredita em ser possível viver em um país civilizado, não gosta
mesmo de Conselhos Profissionais e prefere ser militante da entropia - assunto
que entendo bem porque interessa-me como objeto teórico em comunicação. Sou
militante da civilização e da harmonia. Não acredito que a humanidade vai
acabar em barbárie, tipo 'cada um por si' - algo, aliás, muito distante de uma
'ideologia' das Relações Públicas (é preciso conhecer o pensamento de Roberto
Porto Simões).
Acredito que a sociedade avance, mas esse avanço não vem de quem
apedreja, só vem de quem se dispõe a agir em prol da profissão, a mergulhar as mãos e a cabeça
na problemática com o fim de solucioná-la. O resto é blá-blá-blá que tem o
objetivo claro de desestabilizar o interlocutor... e o sistema legal da
profissão regulamentada.
Lamento que algumas pessoas se deixem abater por terem
tido uma, ou duas, ou três, ou cem experiências ruins com o Conselho, pois um
Conselho é feito de pessoas e pessoas falham. Mas o Conselho é nosso. E só nós
podemos torná-lo melhor.
Se você sabe como um órgão poderia ser melhor, lute
por isso NELE, porque uma regra básica da Sociologia é "não se modifica um
sistema de fora - a mudança nasce, sempre, dentro do próprio sistema".
Fizemos isto no Rio. Mudamos o Conrerp, mudamos sua percepção, mudamos sua
imagem (!), angariamos apoios, angariamos mais registrados que na última
década. É possível mudar o 'status quo' no país todo, pois. É só querer e colocar
mãos à obra.
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