sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Brasil 'oficial' é canalha. Talvez nem uma 'nova política' dê jeito.
Não com esses políticos 'profissionais' que aí estão.
O dia 28/08/2014 ficará marcado na memória.
O orçamento da União para 2015 foi entregue pela presidência da República à presidência do Congresso Nacional propondo um salário mínimo de R$ 788,06 para janeiro de 2015.
Neste mesmo dia, o STF propôs R$ 30.935,00 para o salário de seus ministros (o que desencadeará, no Brasil 'oficial', um 'efeito cascata' extensivo também a parlamentares).
Só o 'reajuste' - para já - será de R$ 6.500,00.
Pergunto:
- Quem ganha R$ 6.500,00 mensais no Brasil?
- 1% dos agora - anunciados ontem, pelo IBGE - 202.768.562 habitantes?
Temo que não.
Como pode ser 'mãe gentil' uma nação cuja 'elite política', nos três poderes, estabelece assim, calma e institucionalmente, um teto salarial público 40 vezes maior do que o piso?
De novo, o Brasil é 'único' no mundo 'civilizado' (se é que fazemos parte deste 'mundo', como 95o. país no Índice de Desenvolvimento Humano - também noticiado ontem).
Assim como é o único 'civilizado' em que o voto é obrigatório, aliás.
Leonel Brizola dizia que pagar um salário mínimo (e não saber onde, e como, mora o empregado) é bem mais barato do que manter um escravo.
Assim, caminhamos 'cordialmente' para uma guerra civil.
>
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Chicote queimado com sete participantes.
No debate presidencial deste 26/08, na BAND, os candidatos de partidos "nanicos" cresceram. E os candidatos das "coligações" não. Brincaram de "estátua". E ficaram parados onde já estavam.
Marina e Dilma, desde 2010. Aécio apresentou o "museu de grandes novidades", como diria Cazuza, e seu "trunfo" foi anunciar o conservador-chefe. O pastor pregou seus dogmas.
Fidelix foi o único que chamou a atenção para o fato - real - de que, no orçamento, luta-se por "peanuts", bilhõezinhos, enquanto que as reservas internacionais do Brasil só crescem - hoje a cerca de US$ 360 bilhões, a ponto de termos criado, no BRICS, "uma outra versão do FMI" (como disse Dilma) e um banco de fomento - quando pagamos aos rentistas juros estratosféricos (os mais altos do mundo, em termos reais) e aos bancos um pornográfico serviço da dívida (na casa das centenas de bilhões de dólares idem).
O candidato "verde" e Luciana Genro (PSOL) foram os mais parecidos com o cidadão e a cidadã comuns, e reivindicaram em consonância com as reclamações vocalizadas nos movimentos de junho de 2013.
A dança das cadeiras continuará em torno dos cargos executivos, na União e nos estados - com debates na TV e fora dela. Mas a brincadeira brasileira - à vera - está no horário eleitoral "gratuito" das campanhas aos legislativos estaduais e federais. Ali, o ridículo e o desprezo ao bom senso imperam. E é dali que virão as "maiorias" para a tal da "governabilidade" que todos os executivos querem, precisam, cooptam.
Os Estados Unidos - nosso modelo de democracia presidencialista - elegem presidentes há 240 anos. Nós, só há 24. E em todas elas prometeu-se a tal da "reforma política" que nos tiraria do atraso, do compadrio, do conchavo, da demagogia e do patrimonialismo. Nada aconteceu e os parlamentares que o país elege não mudarão as regras que os constituem em "sem votos" que se transformam em "com mandato". Há muito, ainda, a aprender. E a um custo social muito alto.
Será que o Brasil resiste a este aprendizado tão lento?
>
sábado, 16 de agosto de 2014
Todo trabalho é digno. E toda profissão regulamentada exige o pré-requisito da formação específica e o devido registro em Conselho Profissional.
O jornal O Globo noticiou, ontem, que o ex-ministro José Dirceu “digita fichas” (o que ele, aliás, acha “um tédio”, segundo a reportagem) preparadas pela bibliotecária do escritório de advocacia em que o mesmo está trabalhando.
Esta notícia deve-se à a fiscalização feita no escritório pelo Conselho Regional de Biblioteconomia (Regional DF).
José Dirceu recebe 2.100 reais mensais por seu trabalho e esta quantia – pela filosofia do próprio partido do agora digitador – deveria passar a ser considerado “piso” salarial em todo o país; um valor “de entrada” de qualquer cidadão no mercado de trabalho. Se conseguisse isto, o partido jamais deixaria o poder… por gratidão da massa. Mas não foi o que ocorreu em quase doze anos. O salário mínimo brasileiro continua sendo uma vergonha internacional. Pagar o que se paga – legalmente – para um trabalhador por um mês de sua labuta no Brasil, eu considero “trabalho análogo à escravidão”. Leonel Brizola, por sinal, dizia que pagar um salário mínimo era mais barato que manter um escravo…
Enquanto isso, o novo presidente do STF, Ricardo Lewandowski (que ainda nem tomou posse), já está reivindicando, na mídia – onde mais? – aumento dos proventos dos juízes, cujo “teto” salarial é, hoje, de pornográficos (para os padrões brasileiros) 29,4 mil reais mensais.
Quanto a profissões regulamentadas, a atitude do CRB deveria inspirar sobretudo aqueles errepês que relutam em se registrar no nosso Conselho Profissional.
Ter um Sistema Conferp-Conrerp funcionando – ainda que mal (por culpa exclusiva dos que insistem em ficar à margem da lei, mantendo os cofres da Autarquia – e, consequentemente, a função “fiscalização” do mesmo – à míngua) é um privilégio que não pode ser dispensado por qualquer pessoa com boa formação e um mínimo de bom senso.
O próprio José Dirceu já fora “impedido” de assumir a “administração” de um hotel de Brasília – por 20 mil ao mês (remuneração mais condizente com os hábitos gastronômicos dos nossos políticos “profissionais”) por grita do Conselho Regional de Administração. “Para ser gerente…”, alegava o relato da fiscalização, “… é preciso ter cursado Administração e portar o respectivo registro no CRA da Região”.
A imagem é da campanha do Observatório da Comunicação Institucional (OCI) pelos 100 anos de RP no Brasil em 2014.
>
Assinar:
Postagens (Atom)