sábado, 24 de julho de 2010

Habemus quorum !

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(reproduz 'post' ao Horizonte RP)

Caros colegas no Horizonte RP,

Outro e alto o nível das provocações e réplicas. Diferente de outros tempos.

Acredito que há avanços, embora haja ainda muito por fazer. O importante é tomar a iniciativa.

Somos escribas. Nossas armas são as letras. Somos uma profissão que existe porque existe liberdade de expressão e democracia. Fora disso Relações Públicas não há.

Mas - sempre tem um mas -, é preciso ir adiante e fazer! (Parece que ouço o querido - e meu - inspirador Paulo Caringi, que infelizmente se foi em 12 de maio último, dizendo isto em alto e bom som).

Ação!

No momento posso escrever isto com tranquilidade porque foi o que fiz, junto a 13 colegas errepês-amigos, apresentando a chapa que agora gere o Conselho na 1a. Região.

E gostamos do que vimos e ouvimos em duas oportunidades de encontro do Sistema CONFERP havidas neste semestre. Foi decidido e teremos uma assessoria de relações públicas especializada ajudando os membros do Conselho Federal a dar mais visibilidade às nossas ideias - mas não se pode negar a dificuldade. Quase sempre nossa "fala" critica anunciantes e donos da mídia e é fato antigo: "na mídia não se fala de mídia, muito menos se fala mal do patrão e de anunciante".

Há um esforço em andamento, também, para melhorar o nosso portal, a comunicação e a interação com os registrados. Sabemos que a web e as redes sociais chegaram para ficar ao universo das comunicações e é preciso – como sempre ensino em sala de aula – uma “presença competente na internet”.

Em cada região, conclamo os colegas a visitarem seus Conselhos (sei que isto é difícil quando a região é enorme, abrangendo vários estados - um complicador de fato) e oferecerem ajuda. Digo por experiência: só com os Conselheiros e funcionários não se faz mais do que lidar com os carimbos, os processos, os impostos, os pagamentos, os computadores, os condomínios, as convocações, as duas reuniões por mês, a papelada infindável. Tornar as conversas arejadas e amplas, discutindo questões filosóficas, éticas - algo que felizmente temos agora no Rio de Janeiro, é muito difícil quando se trata de uma autarquia; um tipo de organização eminentemente burocrática.

Outra coisa: os nossos assessores jurídicos federal e regionais estão há 60 dias pelejando para, legalmente, abrir mais o registro profissional. O que é isto? Levando em conta as decisões já tomadas no passado, no âmbito do Sistema CONFERP (Parlamento Nacional de Relações Públicas – gestão Sidinéia Freitas), considerar os pós-graduados em cursos que abriguem, em relevante carga horária, os conteúdos de conhecimento em Relações Públicas (e também os egressos de novos cursos autorizados pelo MEC como de nível superior - tecnólogos - idem pertinentes). Este é o nosso desafio maior. Turning point. Divisor de águas. A história há de dividir-se em "antes" e "depois" desta medida, que virá por uma Resolução Normativa.

Momento de decisão

Last but not least: estamos fiscalizando, sim. Aliás, essa é nossa razão de ser. Na 1a. Região foram diligenciados 32 processos neste primeiro semestre de gestão. O próximo relatório mensal (julho) do CONRERP/RJ (vide nosso blog no site www.conrerp.org.br) dará conta disso.

A campanha de valorização pelo CONFERP é algo permanente. E depende de cada um de nós, de cada curso, de cada microempresa que surge de nossas salas de aula, de cada novo registrado. É sabido: os profissionais mais jovens, o "sangue novo" pode (e deveria) dirigir alguma parcela de energia ao esforço classista. A 2a. Região (SP/PR) experimentou isto quando abriu o Conselho a jovens registrados voluntários colaborando com as tarefas quotidianas do Conselho.

É isto. Devemos unir nossa vontade de mudar com a mudança de nossas ações. O mundo não muda por nossa causa. Nós é que mudamos o nosso approach e, assim, podemos alterar pequenas frações da realidade presente. A tão falada “inovação” é conquista perseverante e quotidiana e não um “estalo”. Peter Drucker ensinou que "o que nos acontece hoje é fruto de decisões que tomamos há uma década". Temos que olhar para 2020 e ter uma visão da profissão altaneira, de pé. Para não ficar no resmungo circular que só serve àqueles que não acreditam na comunicação excelente - nosso objetivo maior.

Saudações públicas e relacionais!
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sábado, 3 de julho de 2010

Em Tempo: mais sobre a "novela" das Relações Públicas.

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Matéria postada no website abril.com deu conta da polêmica envolvendo - mais uma vez - a citação indevida da profissão de relações-públicas, desta vez na telenovela "Passione", de Silvio de Abreu.

Muitos comentários de profissionais de todo o Brasil engrossaram o repúdio a esse desserviço, a essa desinformação.

Entre tais comentários acham-se, ainda, aquelas opiniões que confundem o papel de um Conselho Profissional com o de um sindicato ou associação privada.

Para esclarecer esse tipo de questão, a Secretaria-Geral do CONRERP/1a. Região manifestou-se, nesta data [30/06/2010], no mesmo espaço (embora já censurada pelo site *), como segue:


Quem deve promover e defender a nossa profissão? Todos e cada um de nós, relações-públicas. Somos minoria? Isto é reflexo de nossa sociedade, que ainda demanda pouco a cidadania corporativa, conceito explicitado por Bertrand Canfield já em 1950. Esta realidade vai mudar? Sim, um país que se quer quinta economia do mundo não pode prescindir de boas relações públicas.

Conselhos profissionais não têm como missão divulgar o que quer que seja – a não ser, educativamente, a sua própria missão: regulamentar e fiscalizar profissões. Conselhos profissionais também não têm como missão proteger ou promover profissões. Estas são missões de sindicatos e associações.

Quando há má conduta médica, recorremos ao CRM. O mau advogado – quem o pune pelos desvios? A OAB (apesar do nome diferente, um conselho federal com suas representações regionais). O viaduto desabou? Queixemo-nos ao CREA. Há, sempre, no caso de profissões regulamentadas, responsabilidade em jogo.

Conselhos profissionais existem para proteger a cidadania do mau exercício profissional na área em que atuam. E, também, para coibir o uso indevido da imagem e da denominação profissional – como aconteceu neste caso da telenovela “Passione”.

E quando sentimos que a comunicação feita por uma organização nos engana, nos ilude, nos induz a erro? E quando uma concessionária de serviço público simplesmente nega os fatos? E quando um órgão de governo divulga metas inatingíveis? Para finalizar: e quando uma organização sonega informação a seus acionistas e investidores, tornando-se não-transparente? Esses são casos para o CONRERP. A essas organizações será cobrado: – quem é o responsável pela sua comunicação institucional? Provavelmente, nos casos acima, não deve ser um relações-públicas, pelo menos um relações-públicas bem formado. É aí que entra em jogo o Conselho Profissional, notificando a organização, e punindo, se for o caso.

Para cumprir sua missão precípua de fiscalização, os Conselhos Profissionais contam com as anuidades de profissionais e organizações registrados, mas tal fonte nem sempre é suficiente para o cumprimento ideal desse mister. A campanha pelo registro é atividade permanente. Conselheiros são eleitos para mandatos de três anos (são quatorze no caso do CONRERP) e nada recebem a título de remuneração ou “jeton” pela participação nas reuniões, que são duas a cada mês.

E o Conselho Federal? Como definido constitucionalmente, atua em segunda instância, a pedido de um Conselho Regional – e compõe-se de colegas de todo o Brasil que não ficam em Brasília “full time”. Estão em seus estados, trabalhando. Dedicam-se voluntariamente também, organizando e integrando o Sistema CONFERP.


* [Nota postada no website abril.com ("Novela das Oito") em 30/06/2010 às 19: 50 h (e retirada do ar logo em seguida)].

Ainda que tenha sido alvissareiro - e fundamental -, que um concorrente das Organizações Globo (no caso, este Grupo Abril) - houvesse dado publicidade à querela Silvio de Abreu VERSUS Sistema CONFERP neste caso, resta lamentável a censura aplicada à manifestação formal do Conselho neste mesmo espaço, consignada hoje [30/06/2010], e hoje mesmo retirada.

As organizações que postulam liberdade de expressão para si, mas que não a toleram em relação a outrem, prestam outro desserviço à sociedade. Tão ou mais grave que aquele a que deram guarida, fazendo a satisfação momentânea dos errepês.

Manoel Marcondes Neto.

(Reprodução de nota postada no Blog do CONRERP/1a. Região).
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