sábado, 5 de março de 2016

04/03/2016. Um dia para o Brasil não se alegrar.


A História - com 'h' maiúsculo - se faz da sucessão inexorável de horas, dias, meses e anos. Estamos acostumados a pontuais efemérides - que como a palavra já explica, são fortuitos, efêmeros, passantes. Comemoramos o nosso aniversário, o da nossa querida cidade-natal, o santo de devoção e o dia da independência colocando num dia, xx/xx/xx, o peso do que na verdade é processo. Contínuo, implacável, eterno. Só Deus o conhece.

No dia de ontem não senti alegria, satisfação ou gana. Senti tristeza. Como nas notícias diárias de telejornal que mostram nações e povos em conflito interno, lutando, senti-me no Egito de Mubarak, na Líbia de Khadafi, na Alemanha de Koln. Ou seja, dividido. Como os americanos de hoje, meio-Trump, meio-Hillary. 50% dos meus compatriotas consideram Lula o máximo da raça brasileira. Outros 50% o consideram um pelego farsante, ególatra e vagabundo. Só Deus o sabe.

Foi triste porque antevejo horas, dias, meses e anos duros. E mais duros ainda porque Lula - que ao tomar posse recebeu a faixa com um sorriso sincero de FHC (ele também 'fundador' do movimento que criou o PT, em 1980) - podia ficar na História só como o governante que, tendo muita sorte numa conjuntura internacional favorável e longa, tirou 30 milhões da pobreza extrema, deixou o país crescer e fez explodir a autoestima do ex-povo 'vira-lata'.

Mas, lambuzando-se nas mordomias que tanto criticara (usando o termo colocado pelo verdadeiro - e melhor - candidato do PT a sucedê-lo na presidência, se não fosse atropelado pelo poste imposto a canetada pelo prórpio Lula), na bajulação, na prevaricação, nas negociatas que seu correligionário Chico Buarque cantara - criticando - em prosa e verso e 'fazendo as mesmas coisas que todos os partidos sempre fizeram', Lula tornou-se farrapo da peça luxuosa que já foi. E jaz. Triste!
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