quinta-feira, 9 de junho de 2011

PORNOGRAFIA!

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Pornografia.

Não há outra palavra para qualificar os juros que o Brasil paga a quem "investe" ou nos empresta recursos (e muito menos os que cobra da população. Bem... a esses talvez pudéssemos chamar de roubo mesmo).

E entendamos bem. Este Brasil somos nós, os cidadãos, de cujos bolsos se move o capital que alimenta esta novela impublicável.

Hoje, didático como sempre, com bom infográfico, O Globo faz a enésima matéria que compara os juros do Brasil aos de outras nações (nação: todo o conjunto de cidadãos que, territorialmente, a partir de fronteiras entre países, compõem, culturalmente, uma "nacionalidade").

Desastre anunciado para as gerações futuras.

O Brasil (eu, você e todos neste "barco") paga - como tem sido sempre, nas últimas duas décadas - os maiores juros reais do mundo: agora, desde ontem, 6,8% ao ano.

Há alguns anos tínhamos a companhia de alguns outros países, como a Turquia ou a África do Sul - apenas para ficar na "elite" dos desgraçados - que bem perto, ou às vezes até ultrapassando a nossa Selic, também remuneravam "bem" a quem especulasse em suas plagas.

Exclusivité.

Agora não! Somos campeões do mundo isoladíssimos. A segunda maior taxa depois da nossa é a primeiro-mundista 1,5% ao ano, do Chile.

Primeiro-mundista? Como vai o primeiro mundo neste quesito? Juros reais da mais vigorosa(?) economia do planeta, a dos Estados Unidos: 2,9% NEGATIVOS!!!

Suiça: 0,1% - também negativos!

Usura!

Para poder pagar esses rendimentos, necessário se faz cobrar do tomador de dinheiro interno, aqui no Brasil, uma taxa de juros mais que pornográfica... pecaminosa até... genuína usura, o que na Idade Média levava seus praticantes à fogueira.

A mais baixa taxa - de cheque especial - quem cobra é a (minha, sua, nossa) Caixa Econômica Federal: 8,2%... ao mês!

E a mais alta, digna do fogo eterno de um inferno de Dante Alighieri? A do Santander: 10% mensais - verdadeira agiotagem... com autorização do Banco Central do Brasil.

200 anos de submissão e transferência de riqueza.

Parece que foi com D. Pedro I que começamos a nos endividar pagando juros escorchantes. O Brasil, depois de 300 anos de saques de pau-brasil, de ouro, de pedras, de jacarandá, de borracha, passou a ser, também, produtor e exportador de... dinheiro.

A galinha dos ovos de ouro chamada Brasil continua a financiar os países mais desenvolvidos, hipotecando o seu futuro e o das futuras gerações à base de títulos públicos que são renovados a cada dia, postergando a banca rotativa de dez em dez anos até o infinito.

A Inglaterra está pagando 0,5% de juros ao ano a quem compra seus títulos públicos, e o Brasil, 6,8%.

Indaga-se:

- Quem é o país rico?
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