quarta-feira, 10 de março de 2010

O que caracteriza o mau exercício profissional nas relações públicas?

Na "infância" das organizações, propaganda; na "adolescência", assessoria de imprensa; na "maturidade", cidadania empresarial – objeto direto das relações públicas.

A Comunicação Social no Brasil precisa ser discutida, ter conhecidas suas regras pela cidadania, assumir responsabilidades pelo baixo nível cultural que, como mídia, repercute (sendo meio preponderante de formação no Brasil é, portanto, mensagem que deve ser cuidada, como o fazem os países desenvolvidos).

Nossos colegas jornalistas pugnam por uma regulamentação profissional – agora mais – pois após o fim da exigência do diploma para o exercício profissional, campeiam absurdos.

Os publicitários têm sobre si dois mantos de proteção – o CONAR e o CENP, mas isto não tem evitado que aventureiros de toda sorte coloquem-nos diuturnamente diante de mensagens grosseiras, ofensivas e pouco inteligentes.

O que caracteriza o mau exercício profissional nas relações públicas?

Os conselhos de medicina, de engenharia e de advocacia protegem a cidadania de maus médicos, maus engenheiros e maus advogados.

Quem protege o cidadão de um resultado de pesquisa de opinião divulgado parcialmente? E de uma concessionária de serviços públicos que desdiz os fatos? O que dizer de uma empresa que engabela o seu acionista com relatórios que desviam de uma redação substantiva? E de uma ONG que sequer publica os seus estatutos e põe-se a levantar fundos?

Finalmente; o que dizer de tantos comunicados que nos chegam e a que nós, profissionais da comunicação institucional, atribuímos credibilidade zero, mas contra os quais o cidadão desavisado não tem defesa?

Roberto Porto Simões apresenta um caminho já no título de seu último livro: "Informação, inteligência e utopia: contribuições à teoria de relações públicas". Buscar uma comunicação que seja mais serviço à cidadania e menos desserviço à cultura é um objetivo que se pode realizar.

Um conselho profissional que ampare e promova as boas práticas de comunicação institucional e denuncie e reprima as más é um dos caminhos para essa realidade.

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