quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sobrevivendo ao bullying...

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No ginásio (sou daquele tempo), começou com a sigla "CDF", o que gerava o preconceito de muitos.

No colegial (clássico!), continuou com outra alcunha, completamente contraditória: eu era da turma do "fundão" da sala - o que também gerava preconceito... à beça.

Depois foram o terno e a gravata na faculdade... de Comunicação Social. Então me tornei um agente do capital internacional (!). E a escolha da habilitação, então? Relações Públicas. Hum... e tome preconceito!

Mais tarde, veio a queda pelo tal do marketing, e aí fui parar de novo nas hostes internacionalistas... preconceito por que passo até hoje, pois as classes artística e de produtores culturais ainda evitam o termo "marketing cultural" - minha especialidade escolhida (de novo em minoria!). Preferem chamar o seu legítimo querer estar no mercado, compartilhando públicos, de "arquitetura cultural", "engenharia cultural", "atitude cultural".

Extraterrestre

Em uma reunião de professores iniciantes na ESPM, fui saudado pelo então diretor com uma "carinhosa" expressão (e outra sigla): "o Marcondes é um ET". Ele mesmo explicou a gentileza: ao invés de mudar de área, eu escolhera fazer graduação, especialização, mestrado e doutorado numa mesma área, a da Comunicação Social.

Mas, de alguma forma, devo ter merecido aquele apelido (sintoma comum em bulinados), pois não sou Flamengo, votei no Brizola para presidente e não assisti ao casamento de Kate e William.
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

These - awful - books is on the table...

"Nós pega o peixe" (de um livro "didático" adotado e já distribuído a 500.000 crianças). Vale o escrito?


Da particularidade da minha área – Comunicação Social –, longe da altitude e da idade da área de Letras, digo que me pareceu absurda a tosca explicação dada pela autora desta barbaridade. Sim, barbaridade – algo impetrado por pré-civilizados. Mas, ao ouvir a leitura, na Globonews, de uma nota do MEC defendendo sua adoção, fiquei sem ação. Tratava-se, afinal, de manifestação favorável da mais alta instituição em meu campo profissional como professor.


É sinal de obsolescência? Não devo mais estar servindo?


Não acho. E prefiro insurgir-me contra essa mediocridade oficial que começa com a norma de se grafar – no âmbito oficial federal – e dizer “presidenta”... uma asneira a que se submetem os áulicos. Na própria campanha, Dilma – alguém com escolaridade muito acima da média nacional – referia-se à possível vitória nas urnas assim: "se eleita for, presidente do Brasil...".


Que se respeite os modos de dizer de cada região brasileira (em São Paulo se pede um chopps e dois pastel) ou de cada pessoa no nível que sua escolaridade permite, tudo bem!


Daí a não se corrigir estudantes, de qualquer nível, quanto à forma correta de escrita da língua parece-me impensável. Onde vamos parar?


Como falar sobre a beleza e a riqueza do nosso idioma (quando bem construídos textos em estilo e gramática), para – no meu caso – futuros jornalistas, publicitários e relações-públicas, depois desta impostura? Só discordando do MEC. E esse será o meu caso.


Os jornalistas que deram a terrível notícia na Globonews; André Trigueiro e Carlos Monforte, fizeram-no constrangidos e surpresos. E não se manifestaram para além do jornalístico porque não lhes cabia comentar.


Graças aos céus veio o socorro da ABL, para que se coloque um contraditório, uma opinião formal que seja no sentido de desaprovação dessa "modernização" que em nada contribui para o que Celso Furtado, como sonho de Brasil, chamava de "enriquecimento cultural da sociedade" – uma meta da qual educadores não podem se afastar nunca, em minha opinião.

sábado, 14 de maio de 2011

E o turista carioca chegou a Oslo e pediu ao taxista: - toca para a zona sul...

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Alô, brasileiros de todos os quadrantes!

Muito cuidado com a "riodejaneirização" de São Paulo ou de qualquer outro lugar. No Rio de Janeiro isto "grudou" como um chiclete na mente, na cultura das pessoas, e só serve para rotular de "in" ou "out" gente e coisas, dependendo da sua "zona".

Sinal de preconceito

Zona Sul é "in". Zona Norte é "out". Graças a Deus, São Paulo e paulistanos não sofrem desta doença. Apesar dos esforços das organizações Globo no sentido de "riodejaneirizar" as mentes.

Há "ins" e "outs" em todas as zonas geográficas e a simples menção da zona quer dizer... nada.

Pode-se ser "in" ou "out" em Santo Amaro, zona sul. Pode-se ser "in" ou "out" em Perdizes, zona oeste. Pode-se ser "in" ou "out" na Cantareira, zona norte. Pode-se ser "in" ou "out" na Moóca, zona leste. Há favelas e palacetes em todos esses lugares. Neste sentido, minha querida cidade dá uma lição de democracia; tanto das virtudes, quanto dos problemas.

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sexta-feira, 13 de maio de 2011

A "dureza" do trabalho de divulgação.

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O preço da tal da mídia espontânea (Valor Econômico, 13/08/2011).
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Seu número de registro é RIO-520289-1 e o assunto da sua solicitação é "Subprefeitura/Administração Regional".

Prezado (a) Manoel Marcondes Machado Neto

Guarde estas informações para consultar o andamento

da sua solicitação.

A mensagem foi enviada à Ouvidoria competente para

as devidas providências.

Obrigado pela sua participação!

Atenciosamente,

Ouvidoria da

Prefeitura de Rio

de Janeiro.


Quem foi à falência primeiro? O Estado ou a cidadania?

Entrei com uma reclamação (via preenchimento de um formulário), em 13/04/2011, na 1a. SLF do Leblon (VI R. A.), referente a obra em curso na cobertura acima de meu apartamento. Ocorre que a mesma está sendo conduzida aparentemente sem licença da Prefeitura e o necessário A. R. T. do CREA. Trata-se de obra que inclui um "segundo" andar, piscina e elevador. Morador, ex-síndico, de outra cobertura do mesmo prédio, alegou em assembleia de condôminos que não fizera obra desse vulto em sua unidade no passado por ter tido parecer de calculista não recomendando a mesma.

Saí de lá com um pedaço de papel (o servidor enfadado - e sem crachá de identificação - rasgou parte de uma aba de envelope usado), e o aviso de que aquilo "NÃO" era um protocolo, mas que eu voltasse uns 15 dias depois para ver "no que deu". O código escrito à mão no papel: "G. O. 86/11 - 13/04/11".

Hoje, 13/05/2011, retornei à 1a. SLF solicitando informações sobre providências. O que ouvi da enfadada servidora (também sem crachá de identificação): "a 'doutora' esteve lá e é só uma obra de impermeabilização e substituição de revestimento, sem acréscimos". Diante de minha surpresa em não receber um laudo, um parecer, nada, a mesma continuou: "se o senhor acha que tem acréscimo o senhor tem que tirar umas fotos e entrar com um novo pedido de visita".

Parece que os servidores do município estão nivelando o atendimento pelo novo - e tosco - conceito de favela rising. Tudo é na base da "comunidade" local, seja um bairro estruturado e caro de se viver, seja um lamaçal indigno... também caro de se viver nesta "cidade maravilhosa", na qual impera o "ilegal, e daí", e contente-se o cidadão com qualquer explicação canhestra. O Estado sai de cena e entra o mano-a-mano medieval. E dá-lhe milícia, dá-lhe flanelinhas, dá-lhe praças com quadras de futebol como cala-boca, dá-lhe guardinhas de palm top na mão cumprindo quotas de multas para inflar o tesouro municipal, dá-lhe "serviços sociais dos vereadores tal e qual" em "suas áreas" de influência.

Exijo da Prefeitura da cidade em que resido e para a qual contribuo com taxas, impostos, tributos e contribuições, um tratamento civilizado, técnico e competente de órgãos que empregam muitos, muito bem pagos e, aparentemente, com bastante tempo para realizarem suas obrigações.
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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Quem lê tanta notícia... ruim?

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Há dias em que um jornal traz zero notícias de seu interesse e sua vontade é embrulhar o peixe antes de acabar de lê-lo. Quase sempre às segundas-feiras isto acontece.

Há outros em que você passa o dia inteiro deliciando-se com textos inteligentes de matérias bem sacadas e bem escritas. Há sábados assim, embora cada vez menos.

Nesta última segunda-feira ler O Globo não foi desinteressante. Pelo contrário, sua leitura foi muito absorvente - mas... pelas péssimas notícias! Foi difícil conter a pulsão de comprar um ticket sem volta para Oslo, Stockholm ou Toronto.

Vejamos só as manchetes do primeiro caderno:

- Apenas 8% dos homicídios são solucionados no Brasil.

- Professores do Rio não dominam computador.

- A Zona Oeste só tem tratados 4% de seu esgoto.

- Santos perde Ganso na Libertadores. (Desculpem incluir esta - uma questão pessoal).

- Polícia faz nova apreensão de oxi (e mais 100 quilos de cocaína pura) em São Paulo.

- Ana de Hollanda recebeu diárias sem trabalhar.

- Foxconn, fabricante chinesa de iPads, tem 800 mil funcionários - algo que torna impossível averiguar denúncias dos abusos de toda a ordem. (Isto nem chega a ser notícia, pois retrata o dia-a-dia trivial da pujante "economia de mercado" que é a China). Argh!
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terça-feira, 10 de maio de 2011