Hoje, sonhei com minha mãe... neste décimo dia depois de seu passamento... pela primeira vez.
Ela me perguntou sobre um bolo de aniversário... e eu respondi que era verde, decorado com a bandeira do Brasil...
Ela estava bem, sorriso sempre brotando do rosto, espontâneo. Minha mãe tem esse jeito aí da foto...
Eu a deixei lá pelas 18 / 19 horas da terça-feira, 14 de novembro, e disse:
- Tchau, mãe. No sábado eu volto.
E fui para São Paulo, encontrar a Profa. Nelly - para tratar de seu legado... com ela e sua filha. Segundo a Nelly, "sua mãe está educando você até aqui...".
Eu, que me sentia culpado por seu estado atual, por tê-la levado ao Hospital baseado numa porcaria de Oxímetro, fui preparado por ela - e por Deus - para o desenlace de nosso convívio terreno que, desde sempre, foi o meu pior pesadelo.
Foram trezes longos meses, sendo sete deles, internada.
Nossa "impaciente" - como a chamávamos desde a outra internação longa, em 2016 - foi-se enfraquecendo...
E eu, sempre acreditando que o novo especialista, o novo tratamento, o novo remédio, trariam minha mãe de volta... para ao menos saber, ter consciência, de quanto a amávamos... fiquei no vácuo... mas acho que ela sempre soube de tudo o que estava acontecendo em seu entorno. Só estava cada vez mais fraca para expressá-lo.
Foi muito difícil e longo o caminho. Preocupavam-se comigo, "muito apegado", "grude"... De fato, nunca consegui orar pedindo a sua partida. E como ela não dava sinais de dor... eu não me sentia um egoísta por isso.
Eu orava muito - minha mãe e meu pai ensinaram-me a rezar - e pedia por um milagre. Isto aliás, é o que me segura.
Mesmo sabendo que era pequeno, falho, pecador e desprovido de merecimento, eu orava sabendo que estava pedindo algo quase impossível - para Deus nada o é -, orava eu, pedindo demais.
E ela se foi entre 6 e 7 horas da manhã da quarta-feira, 15 de novembro, enquanto dormia, no silêncio da madrugada, em casa de meu irmão Mario, no quarto que sua neta Vitoria tão prontamente cedeu-o em 14 de abril último. Ninguém viu seu último suspiro. Deus quis assim.
Segundo a técnica de Enfermagem super-dedicada, super-carinhosa e super-crente, que lá estava, ao lado dela, em plantão, mas que no momento exato teve uma câimbra, foi tudo um plano perfeito de Deus para sua partida... eu, longe, num ônibus - sou "filho da Dutra" por causa dela -, provavelmente passando pela cidade de Caçapava, terra de meu pai.
Cheguei a São Paulo e imediatamente voltei com meu irmão caçula Mauricio, sua esposa Daniela e minha sobrinha, Ana Clara. Tive tempo apenas de abraçar o meu filho Thiago, este moço aí da foto, e sua esposa, Ciça.
Chegamos para orar por D. Stella e sepultá-la no jazigo que Mario e eu preparamos quando de sua primeira internação - da qual ela saiu como "Highlander". Desta última internação, ela saiu apelidada "Fênix".
Pois Stella vive, como Fênix, em nossos corações e em nossas memórias. Muitas fotos e vídeos nos ajudarão a lembrar da mãe incomparável com que Deus e o Manoel pai nos presentearam.
Até a vista, mãe.
Manoelzinho.
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