segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A assessoria de imprensa acabou!

Precisamente no dia 14 de setembro de 2011, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, no 42o. andar do prédio situado à Rua da Assembleia, 10, às 22 horas, ao final de um evento promovido pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos, descobri, aos trinta anos de formado em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ que, infelizmente, a assessoria de imprensa – tal qual ainda se ensina por aí, muito fiel ao modelo de divulgação de Ivy Lee – acabou.

Bomba! Buemba!

Transformou-se em outra coisa, completamente diferente – pior, venal, cara e ineficaz. Talvez... 'acesso' – ria – 'que imprensa'. Acesso porque se dá, estritamente, a partir de relações comerciais e pessoais (nesta ordem). Imprensa, sim, porque põe, esmaga, o jornalista e o jornalismo (nesta ordem) contra a parede – a partir do poder econômico e/ou político (nesta ordem).

É preciso refletir e debater sobre este grave fato na academia e nos meios associativos profissionais urgentemente – de errepês e de jornalistas. Não nos veículos, nem nas agências – pois esses estão intoxicados pelas (nem tão) "novas" práticas muito mais que pragmáticas, corruptas.

RP é mais, mas principalmente media relations...

Ainda bem que, no Brasil, à área de Relações Públicas atribuem-se "n" outras atividades, funções e responsabilidades - para muito além da assessoria de imprensa (basta ver o diagrama da Comunicação Integrada de Margarida Kunsch, acima). Lancemo-nos a elas – e à realidade das redes sociais – com ainda mais garra, porque lidar com o jornalismo que se pratica hoje no Brasil revela-se algo cada vez mais insalubre.

Temos nosso Conselho Profissional. Nossa lei – a que criou a profissão – é tão “da ditadura” quanto as que regulamentaram as profissões de jornalistas e administradores, entre outras; todas promulgadas entre 1967 e 1969. E mesmo profissões bem estabelecidas, com cursos superiores, pesquisa e produção científica, como é o caso, agora, das profissões de arquiteto e urbanista (*), consideram importante também a existência de sua própria autarquia reguladora do exercício profissional – em benefício da área, da sociedade e da cidadania, bem entendido (e não do profissional em si – para isto existem sindicatos e associações).

Continuemos, pois, errepês, na luta!

(*) Em 26 de outubro próximo acontecem as primeiras eleições no recém-criado (2010) Conselho de Arquitetura e Urbanismo, um sistema federal + regionais igual ao dos demais conselhos, saindo, aqueles profissionais, da égide do poderoso CREA para criar seu espaço próprio de sistematização, regulação e defesa de uma conduta ética específica daquelas profissões.

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