quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Bye Bye Macaé...

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Hoje estive em Macaé para a minha rescisão de contrato de trabalho com a FSMA, junto ao honorável Sindicato dos Professores de Macaé e Região.

Em primeiro lugar, foi difícil encontrar a sede. Uma "sobreloja" quente num imóvel sombrio...

Pelas paredes, fotos antigas, imagens de santos, fios dependurados... Fila. Como nos ônibus cariocas: fila "do sentado" e fila "do em pé".

E as duplas (o representante do empregador e o empregado demissionário) de sucedem, tomando a benção da única funcionária presente, que, vagarosamente, se entretém entre uma olhada para a papelada e outra para a TV de 14 polegadas, também dependurada num giro-visão a pairar sobre nós.

E vamos assistindo, todos candidatos a um torcicolo mais tarde, ao "Vídeo Show", ao "Vale a Pena Ver de Novo", entre um carimbo e uma folha de papel carbono que insiste em decolar à frente do ventilador em movimentos de rotação e translação...

Sento-me, sentamo-nos, Nailza e eu. À nossa frente, fotos amareladas (Nailza exclama: - de 1927!) numa cortiça imunda. E mais um cartazete impresso, talvez por Gutenberg em pessoa:

GARANTA O FUTURO DE VOSSA FILHA!

FAZEI-A UMA PROFESSORA MATRICULANDO-A NO

CURSO NORMAL ANNEXO AO GYMNASIO MUNICIPAL MACAHENSE.

Depois reparo a data do "reclame": 1950. Bem depois da prensa de tipos móveis, pois. Talvez um cartaz produzido em linotipo!

Acompanho as carimbadas e dobraduras cuidadosas de Dona Shirley Lemgruber de Abreu, diretora. E penso em Lula e sua, nossa, república sindicalista.

Terminamos. Sou meticulosamente instruído quanto aos procedimentos para sacar o FGTS na Caixa Econômica Federal. Apresento meu exame de saúde demissional - deixo o emprego melhor do que iniciei. Ouço a pergunta-padrão: - pretende usar o seguro desemprego? Declino.

- Tenho outro emprego. E ela:

- Graças a Deus!

Minha experiência macaense durou três anos. Tive o privilégio de compartilhar um projeto bonito, bem inspirado na figura de Dom Bosco, patrono dos salesianos, e em Madre Mazzarello, mãe das salesianas.

Pelas mãos de Renato Möller, convivi com Élida Vaz, Fabiana Pinto, Marcelo Ficher, Alvaro Magalhães e, principalmente, com a Irmã Maria Léa Ramos, nossa reitora, a quem eu chamava carinhosamente Princesa Léa. É dela a assinatura em minha carteira de trabalho - o valioso troféu que trouxe de volta comigo.

P. S.: As canetinhas disponíveis no Sindicato? Cortesia do BMG - banco ''campeão de audiência'' no crédito consignado a funcionários públicos e também nos processos criminais do mensalão.
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