sábado, 3 de maio de 2008

Deu n' O Globo

Deparei-me, na edição de primeiro de maio, com uma notícia triste. Estava lá, na coluna do Ancelmo Gois:

"O samba calado.

Nuno Velloso, o filósofo que se tornou parceiro de Cartola em clássicos como 'Senões', morreu ontem aos 78 anos. O corpo de Nuno, doutor no samba (fez mestrado na Inglaterra, foi assistente de Herbert Marcuse na Alemanha e deu aulas na ESG), será cremado hoje".

O que a nota não mencionou - entre tantas coisas boas que se podia pinçar da biografia de Nuno Linhares Velloso - é que o mestre foi docente, entre outros como Manoel Maria de Vasconcellos e Arthur Tavares Machado, também já falecidos, do curso de Relações Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Tive a sorte de ter sido aluno desses craques, e entre eles, sempre, o Nuno - nós não sabíamos na ingenuidade dos 19 anos - é que tinha a postura do filósofo, sempre mais fazendo perguntas, a nós e a ele mesmo, do que arvorando-se a ditar respostas em um campo que ele ajudou a construir, o do ensino da Comunicação Social.

Nuno fará falta na Terra, mas levará ao céu a sua carioquíssima verve intelectual. O que talvez ajude os santos guardadores dessa nossa cidade a inspirar rumos mais poéticos para nós, cada vez mais órfãos que aqui ficamos.

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