quinta-feira, 1 de maio de 2008

Veja e ignore

Repórteres, assim como outros profissionais, infelizmente, vêm exercendo suas atividades de forma acrítica, a serviço exclusivo do ideário de seus patrões. É claro que em um empreendimento privado, a vontade do patrão prevalece. No jornalismo, no entanto, existe um outro 'patrão' por detrás dos chefes: o leitor. Esse tal que muda de jornal (e também de canal e de portal).

FEBEAPÁ

Desserviço à consciência, qualidade rala e ignorância profunda em termos culturais gerais - vide a mudez sempre presente de Diogo Mainardi no último bloco do Manhattan Connection - são os pratos mais servidos na mídia televisiva do Brasil.

Diploma pra quê?

Quem bate na idéia de uma Ancinav são os mesmos que omitiram-se na questão de um conselho federal de jornalismo. Nunca empreenderão, muito poucas vezes assumem o desafio de formar novos profissionais e colocaram-se favoráveis ao aumento da participação de capital estrangeiro na mídia e contrários ao estabelecimento de uma quota de tela nas TVs e cinemas do Brasil.

Apoio o texto de Bittar, substitutivo do Projeto de Lei 29 em discussão no Congresso Nacional.

Embora o teor do PL já tenha aberto mão de algumas percentagens de participação de programação produzida no país, parece-me razoável pelo menos um início de regulação daquilo que, deixado à laissez faire, reduzirá a produção local às inserções 'brasileiras' no Sexy Time e filmes da Xuxa e Didi Mocó.

Um comentário:

Alvaromagal disse...

Meu caro amigo.Mais um brilhante comentário sobre nossos "profissionais de comunicação".
Aproveito a oportunidade para sugerir como tema de sua próxima publicação a matéria publicada no O Globo, dia 1º de maio: "Os 113 anti-racistas contra as leis raciais" - O País pág.9.
(...)No Brasil, difunde-se a promessa sedutora de redução gratuita das desigualdades por meio de cotas raciais para ingresso nas universidades. Nada pode ser mais falso: as cotas raciais proporcionam privilégios a uma ínfima minoria de estudantes de classe média e conservam intacta, atrás de seu manto falsamente inclusivo, uma estrutura de ensino público arruinada.

Creio que vale a pena parar para refletir. Afinal estas instituções de ensino estariam formando inclusive os futuros "profissionais de comunicação". Deixo no ar a pergunta: A quem poderia interessar este estado de coisas?
Abraços.
Alvaromagal