sábado, 19 de outubro de 2019
Guerra Cultural? É a uberização, estúpido! Não só da Economia, mas da sua mente.
Abstraia Bolsonaro no poder e Lula na cadeia. Podia ser o inverso.
Esqueça Olavo de Carvalho e Marilena Chauí - que se merecem.
Delete Cortella na CBN e Karnal na CNN. Compre uma folhinha 'Seicho No Ie'.
Ouça o povo na praça. Ande pela rua. Observe as pessoas no elevador.
Repare nos hábitos. Não zapeie, preste atenção aos comerciais.
Desligue o celular por duas horas. Sem 'food delivery', peça um misto no boteco.
Silencie. Revolva lembranças. Rememore seus próprios sonhos. Os bons e os maus.
Contabilize sucessos e fracassos. Lembre dos sustos. Por onde anda seu irmão?
A mudança que permanece - como ensinou o Buda -, é insidiosa. E silente.
No seu peso corporal, nas práticas quotidianas, na conta bancária, na fé.
Não há revolução. Só evolução, mesmo que se retorne aos tapas e grunhidos.
Uber é termo alemão, mas a coisa não progrediu entre os Tedescos. Por que?
Sem cálice à moda do Chico, procure saber - como sugerem Paula e Caetano.
O 'boy' passou batido. Entra o 'bot' e... seus problemas acabaram... Ou não.
O patinete estacionou na noite. Baixe o 'app' e naturalize o desemprego monstro.
Contemple o Otto eterno no Jardim Botânico e a geringonça - que não é lusitana.
Na guerra cultural, a civilização ocidental desaparecerá sob a 'nova rota da seda'.
Recorro ao chavão e, sem saída, escrevo: depois não diga que não avisei.
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