Depois dessa década, passei de produtor a estudioso desse vasto campo.
Um doutorado na USP (marketing cultural) e um pós-doc na UFF (marketing para as artes) depois, deparo-me com a manifestação absolutamente oportuna (pelo reerguimento) atual e pungente de Aderbal Freire-Filho (esta, ontem, n'O Globo), no dia do centenário da SBAT.
Reflexo das muitas crises atuais do Brasil, o chamamento desse resistente (citado em minha tese) é urgente! Alardeia-se a todo minuto na imprensa que 'temos instituições fortes e elas estão funcionando'... ok... Mas trata-se, nessas menções, de instituições de Estado e não da cidadania. Nisto, somos frágeis. Quando se trata de institucionalizar causas, lutas, segmentos inteiros, as pessoas desaparecem... E, com a facilidade da internet e a (falsa) proximidade das redes sociais, passam a fazer manifestações 'de cadeira', sentadas diante de seus computadores, tablets e smartphones.
Como dirigente de uma típica ONG associativa (como a SBAT), vivo o movimento pendular entre o entusiasmo do que um coletivo pode ser e fazer, e o desânimo da solidão de 2 ou 3 gatos pingados 'idealistas'.
Que as gentes da arte e da cultura ouçam e atendam ao chamado do Aderbal! Se não somos, hoje, tão bons em criar empresas e instituições da sociedade civil que não passam à 'maturidade jurídica', ou seja, não entram vivas e operativas em seu terceiro ano, que consigamos pelo menos manter aquelas que foram construídas e mantidas pelas gerações que nos antecederam. Cultura é cultivo. E é disso que se trata aqui, agora.
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