segunda-feira, 10 de março de 2014

Os 7 sábios "tuítes" de José Mujica. A peripécia do tupamaro no poder.


“Reconheço a tragédia do mundo atual”. José Mujica, presidente do Uruguai (excertos da entrevista a Helena Celestino, publicada n’O Globo, em 09/03/2014 - P. 39).

1 - Temos uma economia baseada no hiperconsumo de coisas inúteis. Temos de lutar para que todos trabalhem, mas menos, todos devem ter tempo livre. Para viver, fazer o que gosta. Isto é a liberdade.

2 - Eu simpatizo com os protestos, mas não levam a lugar algum. Derrubaram alguns governos, mas construíram nada. Para construir, é preciso criar uma mente política, coletiva, de longo prazo, com ideias, disciplina, e com método.

3 - Aplicamos um princípio muito simples: reconhecer os fatos. Aborto é velho como o mundo. E a mulher, na sua solidão, inevitavelmente, tem de se enfrentar com este problema. A legalização do aborto e os métodos de contracepção, o trabalho psicológico, significam uma maneira de perder menos.

4 - O casamento homossexual também é mais velho que o mundo. É um dado de realidade objetiva, existe. Não legalizar seria torturar as pessoas inutilmente. Enxergamos a hipocrisia. Eu não sou nada, sou um camponês com senso comum. Sem dúvida, estou vivendo uma peripécia.

5 - Não vai existir turismo da maconha. A decisão de legalizar - e normatizar - o uso não tem a ver com esse mundo boêmio. É uma ferramenta de combate a um crime grave, o narcotráfico, é para proteger a sociedade. É muito sério.

6 - As repúblicas não vieram ao mundo para estabelecer novas cortes, com resquícios de feudalismo e monarquia. Nasceram para dizer que somos todos iguais. Na república ninguém é mais que ninguém, começando pelo governante. Por faltar essa visão, muitíssima gente, especialmente os jovens, não creem na ética da política. A política não pode ser máfia e tem limitações.

7 - O mundo vive uma crise de caráter político, nossa civilização entrou numa etapa de crise de governança. O mundo está precisando de um conjunto de acordos de caráter mundial, porque tem problemas que nenhum país sozinho pode resolver.

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