Li a nota de falecimento, no último dia 8, e lembrei-me dos espetáculos - a música de concerto que Riva Fineberg fez acontecer por décadas no auditório do Instituto Brasileiro de Administração Municipal sob a marca "Música no IBAM".
Com todas as dificuldades que se possa imaginar. Com todos os "acho que não vai dar" ouvidos. Com todas as faltas de verbas. Com todos os (des)incentivos. Com todas as chuvaradas e enchentes cariocas. Apesar de todos os que duvidavam, sempre, prosseguiu Riva, Produtora cultural (assim, com "p " maiúsculo), correndo atrás do seu sonho.
Li na nota que a produtora admirara-se, certa vez, com aquele belo auditório no prédio da rua Humaitá, no Rio de Janeiro, e se perguntara:
- Por que não ter aqui concertos de boa música, gratuitos?
"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez" (ditado popular)
Riva ensinou a muitos o que é, de fato, "formação de plateias", esse conceito que aparece em 9 de cada 10 propostas de patrocínio, muitas vezes só para constar.
Aula maior ainda a da constância, da perseverança, da manutenção de um programa. Devíamos desenvolver um case sobre Riva; sua tenacidade, sua capacidade de articulação e de viabilização da arte, a despeito das nossas malfadadas leis de incentivo à cultura, que insistem em desviar-se para projetos pessoais, do Instituto FHC à Fundação José Sarney.
Fica aqui o registro e a homenagem a esta que fez história e que para mim é exemplo de mecenas e de dedicação à cultura.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário