quinta-feira, 16 de maio de 2013

"O impressionante é que um veículo da nossa área não atenda a um direito criado pelo próprio segmento que é o direito de resposta. Assim fica difícil".


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Desculpe-me discordar, prezada colega de Clube de Comunicação, Cris Dissat. Mas agradeço porque, iniciando minha argumentação, acabei escrevendo uma tira longa que julgo oportuna e devida. Uma oportunidade de expor fatos e... a minha versão deles.

O direito de resposta não foi "criado pelo segmento". Nossos queridos patrões nunca tiveram, não têm e nunca terão tamanha responsabilidade civil "por antecipação". O - finado - direito de resposta foi mais uma daquelas criações "incompreensíveis" da ditadura, afinal ditadores não pedem direito de resposta, simplesmente fecham o jornal...

Mas um advogado de jagunços instalado no Supremo, "atendendo a pedidos" de... Miro Teixeira (e mais a matilha de patrões) acabou com a Lei de Imprensa, levando junto o tal direito, e colocando nada no lugar.

Hoje todos os políticos donos de jornais, revistas, rádios, TVs e portais (são muitos...) podem abusar da boa fé do público "detonando" quem quiserem (ou quem seus amigos quiserem) a título de "notícia". E vá reclamar com o Papa...

A ABI é uma das instâncias - talvez a mais legítima delas, uma vez que os jornalistas não têm um Conselho Profissional (outro absurdo imposto por patrões à "opinião pública") - com legitimidade para exigir uma lei que reponha o direito de resposta na doutrina brasileira em Comunicação.

Os jornalistas de bem têm que retomar a ABI. Não se pode "comprar" a tese de que a mesma perdeu importância. Ela perdeu - momentaneamente - a legitimidade (consequentemente a credibilidade) por incúria, incompetência e má fé dos administradores da hora (eleitos, mas depois revelados fracassos político-administrativos) e pode voltar a ser digna representante de muito mais elevados interesses da classe dos jornalistas e da cidadania.


Amigos do Clube, tenho manifestado-me sobre este tema por absoluto amor ao Jornalismo - o jornalismo sonhado e consignado nos estatutos da ABI. Descobriu-se, aqui, este errepê, nos últimos três anos (2010-2012), um defensor ferrenho de uma imprensa forte. Isto porque, sem imprensa forte, as relações públicas inexistem como deveriam ser e passam a ser nefasta e mera condição de tráfico de influência e "capacidade de controlar crises". E Jornalismo se faz com jornalista! Não com os amigos, não com estagiários de nossos - péssimos cursos, não com a ajuda do Google News.

Guardadas as muito devidas proporções, no período acima conseguimos - 14 colegas - "virar do avesso" uma instituição, o Conrerp do Rio - apodrecida pelo desmando, pela miopia e pela incúria de pelo menos uma década de incompetência político-administrativa de instituição de classe. E não precisamos "sacrificarmo-nos" e ficar mais um mandato... Conseguimos motivar outros colegas, mais jovens, a continuar segurando o bastão de uma... causa, o que, infelizmente, só uma minoria assim enxerga na representação de uma categoria.

E o mal continua por aí. "Nosso" sindicato - dos errepês - acaba de ter 20 "diretores" eleitos por... 20 eleitores. E lá estamos nós, cavaleiros do apocalipse, pensando em como fazer para acabar com mais esta pantomima... que se junta a outra, da ABRP - uma instituição de 1954 atualmente possuída por alguns, na obscuridade.

A luta nunca termina. Este é o preço de se constituir genuínas Instituições (assim mesmo, com "i" maiúsculo) - tema que, por força do ofício, estudo em profundidade, e que se demonstra o verdadeiro desafio de se querer colocar uma nação no chamado "primeiro mundo". Muito mais do que consumir mais iogurte, mais TV por assinatura e mais petróleo.

Saudações "iradas" e apaixonadas.
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